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Obesidade 

 

 

O acelerado ritmo do processo de envelhecimento da população, a maior tendência ao sedentarismo, inadequados hábitos alimentares, além de outras mudanças sócio-comportamentais, contribuem para os crescentes níveis de incidência e prevalência da obesidade, que se destaca no grupo de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), por ser simultaneamente uma doença e um fator de risco para outras doenças deste grupo. 

Desta forma, a obesidade tem recebido considerável atenção em Saúde Pública, visto que, além de acarretar prejuízos à saúde dos indivíduos, tais como dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, também está associada com o aumento de risco para para inúmeras doenças crônicas, incluindo diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC), entre outros. Assim, a obesidade leva a um aumento substancial na utilização dos recursos de saúde com elevados custos econômicos, uma vez que contribui para a carga global de doenças crônicas e incapacidade.

 

Obesidade e doenças crônicas.
Obesidade.

 

O índice de massa corporal (IMC) ou índice de Quetelet, cujo valor normal varia com idade e sexo, é considerado atualmente a melhor alternativa clínica para mensurar a adiposidade. O IMC é um índice que correlaciona o peso e a altura (kg/m2), sendo necessário um IMC ≥ 30 kg/m2 para considerar uma pessoa obesa.

Cálculo do IMC.

 

IMC normal, sobrepeso e obesidade.

 

Um IMC elevado aumenta a prevalência, morbidade e mortalidade de diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, doença cardíaca, AVC, osteoartrite, distúrbios do trato respiratório, cálculos biliares, certos tipos de câncer (o excesso de gordura corporal representa risco para o desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de câncer) e distúrbios psicológicos. Além disto, o obeso geralmente é vítima de um julgamento preconceituoso por parte da sociedade e eventualmente por profissionais da área de saúde ainda pouco informados. 

Apesar de sua etiologia ser de natureza multifatorial, ou seja, resultante de uma complexa interação entre fatores comportamentais, culturais, genéticos, fisiológicos e psicológicos, a crescente substituição dos alimentos in natura (ricos em fibras, vitaminas e minerais) por produtos industrializados e alimentos com alta densidade calórica, associada a um estilo de vida sedentário (favorecido por mudanças na estrutura de trabalho e avanços  tecnológicos) e a um alto grau de tensão psicológica, compõem um dos principais fatores etiológicos da obesidade. Desta forma, a obesidade pode ser classificada em dois contextos: por determinação genética ou fatores endócrinos e metabólicos, ou então, influenciada por fatores externos, sejam eles de origem dietética, comportamental ou ambiental. Acredita-se que os fatores externos são mais relevantes na incidência de obesidade do que os fatores genéticos.

Em termos mundiais, a atual epidemia da obesidade tem sido relatada globalmente, sendo considerada uma importante desordem nutricional tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, devido ao aumento de sua incidência. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade em todo o mundo quase triplicou desde 1975, ultrapassando 650 milhões pessoas adultas com 18 anos ou mais em 2016. O sobrepeso e a obesidade também aumentaram quase cinco vezes em crianças e adolescentes, afetando pessoas de todas as idades, de todos os grupos sociais, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Dados da OMS de 2018 indicaram que 40% de toda a população mundial está acima do peso − três vezes mais do que há 40 anos.

A obesidade ganhou destaque na agenda pública internacional nas três últimas décadas, caracterizando-se como um evento de proporções globais e de prevalência crescente. No Brasil, o sobrepeso e a obesidade como problema de Saúde Pública são eventos mais recentes (tornou-se objeto de políticas públicas nos últimos 15 anos), onde a progressão da transição nutricional, caracterizada pela redução na prevalência dos déficits nutricionais e a ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade, têm sido detectadas não só na população adulta, mas também em crianças e adolescentes. 

O percentual de pessoas com excesso de peso superou mais da metade da população brasileira em 2012, atingindo 51% da população acima de 18 anos e, em 2018, atingiu 55,7% desta população adulta, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vitigel) do Ministério da Saúde. Em 2018, isto representou um aumento de 30,8% quando comparado ao percentual de 2006, que era de 42,6%; quando verificado por sexo, entre os homens o crescimento foi de 21,7% e, entre as mulheres, de 40%. 

A obesidade ganhou mais destaque em 2020, com a pandemia da COVID-19, por representar maior possibilidade de complicações e morte.

 


OBS.:

O Vigitel é publicado anualmente desde 2006, dada a relevância que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) representam para o perfil epidemiológico nacional, e os bancos de dados estão disponíveis para os anos de 2006 a 2019. Com a prioridade da pandemia de covid-19, a não publicação do Vigitel 2020 e a imprevisibilidade sobre a realização da pesquisa em 2021, representam um entrave à consistência do monitoramento e à aplicação das políticas públicas.


 

Como tratar a obesidade?

 

Existem inúmeros métodos de tratamento para a obesidade, que vão desde a acupuntura até medicamentos e cirurgia, e a escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas. 

Todavia, embora seja possível utilizar medicamentos e fazer uso de técnicas cirúrgicas, as mudanças de estilo de vida e técnicas cognitivo-comportamentais são fundamentais para a perda e manutenção de peso. Assim, as melhores escolhas para obter um peso adequado (perder peso) e saudável são sempre a reeducação alimentar, a prática regular de atividade física e a adoção de outros hábitos de vida saudáveis. Considera-se uma perda de peso eficaz quando a redução de peso é maior ou igual a 1% do peso corporal por mês, atingindo ao menos 5% entre 3 e 6 meses de tratamento. 

 

IMC: identificação e acolhimento sobrepeso/obesidade.
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE - SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE - DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Obesidade. Cadernos de Atenção Básica, nº 38. Brasília, DF, 2014.

 

As dietas restritivas devem ser evitadas. Dietas de alta restrição calórica produzem uma perda de peso significativa em curto prazo, porém, a manutenção desta perda de peso a longo prazo é insatisfatória. Pelo fato de serem desbalanceadas, o organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um período de restrição, a pessoa coma muito mais. É por isso que, a longo prazo, as dietas restritivas não resolvem. Com elas, a pessoa emagrece rapidamente, mas não consegue suportar por muito tempo as restrições impostas pela dieta e volta a engordar. É o chamado "efeito sanfona", o massacrante vai-e-vem do ponteiro da balança. É necessário, então, buscar uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais desempenham, de longe, o papel mais importante no emagrecimento.

 

A melhor prática para perder peso

 

Para reduzir o peso e mantê-lo em longo prazo é necessária uma alimentação balanceada e saudável, associada à prática regular de atividade física.

 

Reeducação alimentar

 

Reeducação alimentar.

Ao contrário do que pensam as pessoas com sobrepeso ou obesidade, que geralmente procuram uma fórmula mágica para emagrecer, a obesidade é uma doença crônica e, como tal, deve ser tratada por toda a vida. Soluções rápidas para reduzir peso geralmente não são saudáveis e a adoção de dietas restritivas podem trazer consequências negativas para a saúde.

O tratamento da obesidade envolve mudança de estilo de vida e, para isto, é necessário tempo, ou seja, as pessoas que precisam emagrecer devem fazer uma reeducação alimentar, corrigindo os hábitos alimentares errados, um dos fatores responsáveis pelo aumento de peso. As mudanças no estilo de vida podem ser difíceis no início, mas quando se transformam em hábitos ficam mais fáceis. Novos hábitos são adquiridos com prática no dia-a-dia.

Segundo os Cadernos de Atenção Básica 38 do Ministério da Saúde, o ideal é adotar a reeducação alimentar e incorporar novos hábitos ao cotidiano familiar, de forma gradativa, de modo que quem quer perder peso possa descobrir novos prazeres em alimentos e preparações saudáveis, considerando seu contexto socioeconômico, cultural e sensorial.  

A reeducação alimentar é uma alimentação que contém todos os grupos de alimentos considerados “saudáveis” e também os “não saudáveis”, desde que esses últimos sejam consumidos com moderação. O importante é que as pessoas tenham prazer ao se alimentar ao invés de culpa! 

 


OBS.:

É importante que a reeducação alimentar seja feita sob orientação do nutricionista, pois deve ser um processo gradual e que deve ter em conta os hábitos alimentares, culturais e sociais do indivíduo.


 

No dia-a-dia, consumir frutas, verduras, legumes, grãos integrais, castanhas, carnes magras, leites e derivados magros e limitar o consumo de alimentos industrializados, refrigerantes, frituras e alimentos ricos em açúcar. A regra de ouro é: prefira alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias ao invés de alimentos ultraprocessados. Para tal, siga as dicas abaixo:

Cozinhar a própria comida.
  • procure preparar sua própria comida, pois só assim saberá o que está comendo e poderá evitar os excessos;
  • faça de alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, a base de sua alimentação;
  • utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
  • limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados;
  • evite alimentos ultraprocessados.

 

Segure a compulsão, beba mais água, durma bem e controle seu estresse!

 

Faça um diário alimentar e anote tudo o que você come. Às vezes, não nos damos conta do que consumimos no dia, de tão apressados que estamos. Depois, não conseguimos entender de onde estão vindo aqueles indesejáveis quilinhos a mais. A dica é fazer um diário alimentar. Assim, você terá um panorama de como está se alimentando, se você costuma se gratificar com comida ou descontar estresse em bebida, quais momentos do mês você come mais e quais as possíveis inter-relações das emoções e das suas funções biológicas. 

 

Diário alimentar.

 

Obedeça rigorosamente o horário das refeições, comendo com intervalos de 3 a 5 horas e jamais pule refeições. Todo alimento, por mais saudável que seja, tem calorias. Assim, se comer muito, engorda!  Desta forma, se alimentar em pequenas porções diversas vezes ao dia, prezar por alimentos naturais e frescos, não pular refeições, entre outras ações simples são fundamentais para seu emagrecimento saudável, bom-humor, energia e qualidade de vida. 

Quando, fora dos horários, surgir a compulsão por comer, busque uma alternativa que reduza a ansiedade (caminhada, exercícios físicos, meditação, oração, leitura etc).

Planeje o que você vai comer e prepare cuidadosamente a mesa e o prato.

Preste a máxima atenção ao ato de comer. Não coma enquanto lê ou assiste televisão.

Comer assistindo TV.

 

Mastigue bem e coma sem distrações. Isso ajuda a controlar a ansiedade e também é eficiente para o processo de emagrecimento, porque existem dois mecanismos que promovem a saciedade. Um, de natureza mecânica, atua rapidamente, com o preenchimento do estômago. O outro, mais lento, depende de um complexo sistema de regulação neuroendócrina, envolvendo o hipotálamo, o tronco cerebral, o sistema nervoso autônomo e diversos hormônios. Comendo devagar e sem distrações, a pessoa dá tempo para que esse segundo mecanismo funcione. Comer com atenção está diretamente relacionado a consumir menos calorias, portanto, com o emagrecimento. 

Jamais faça compras em supermercados de estômago vazio, para não encher o carrinho com guloseimas.

Não estoque comidas tentadoras (doces, sorvetes, salgadinhos) em casa. Tenha sempre à mão opções saudáveis.

Não às comidas tentadoras.

Não vá a festas de estômago vazio. Se, chegando lá, você não resistir à tentação de comer alguma coisa, escolha aquilo de que mais gosta e dispense o resto.

 

Beba mais água.

Beba mais água! Se você quer que seu organismo funcione bem, que seu metabolismo funcione de tal forma que contribua com seu processo de emagrecimento, beba de 2 a 2,5 litros água por dia. 

 

 

Durma bem.

Durma bem e tenha boas noites de sono. São 2 questões: o quanto você dorme e a qualidade desse sono. Para ter um metabolismo que contribua com o emagrecimento, você precisa dormir entre 7-9 horas por noite. O seu quarto deve ser seu templo de descanso, e o uso de eletrônicos na hora de dormir é o principal vilão do sono da atualidade. Sono de qualidade é de grande importância para a saúde, pois durante o sono profundo vários hormônios importantes do metabolismo são modulados. Durante o sono temos a maior secreção do hormônio do crescimento (GH), redução do cortisol, e ainda a modulação de hormônios controladores da saciedade.  Quando você NÃO dorme bem, o cortisol, hormônio do estresse, aumenta, reduzindo o funcionamento do metabolismo. Então, quer manter o seu metabolismo em alta? Durma bem!

Estresse.

 

Controle o estresse. Níveis altos de ansiedade e de estresse elevam o cortisol. Cortisol alto, metabolismo baixo, menos testosterona e, consequentemente, menos massa muscular. Meditação, oração e respirar profundamente são atividades que ajudam a controlar o estresse e a ansiedade. Então, comece o dia respirando!!! 

 

 

Atividade física regular

 

Atividade física regular.

O sedentarismo é a causa mais importante do excesso de peso e da obesidade. Por esse simples motivo, a atividade física tem que ser o primeiro item de qualquer programa. Além disto, a prática de atividades físicas regulares está associada a uma redução da mortalidade por doenças cardiovasculares

A pessoa sedentária deve começar reeducando-se em suas atividades cotidianas e aproveitar as oportunidades no seu dia a dia para tornar-se mais ativa. Isso pode significar estacionar mais longe dos edifícios, preferir escadas ao elevador, ou até mesmo caminhar 15 minutos durante a pausa para o almoço. Mesmo isso, porém, deve ser feito gradativamente. A pessoa que mora no sétimo andar pode subir apenas um lance de escada no primeiro dia e o restante de elevador. E ir aumentando o esforço, dia após dia, até conseguir subir todos os andares.

A partir daí, abre-se espaço para uma atividade física sistemática. Mas é preciso que seja uma atividade aeróbica de baixa intensidade (caminhada, esteira, corrida leve, mesclar corrida leve com caminhada por um período igual ou superior a 30 minutos, bicicleta, hidroginástica, natação, remo, dança, ginástica aeróbica de baixo impacto etc.), com elevação da frequência cardíaca a até 75% de sua capacidade máxima. 

Nessas condições, a primeira coisa que o organismo faz é lançar mão da glicose, armazenada nos músculos sob a forma de glicogênio. Depois de aproximadamente 30 minutos, quando o glicogênio se esgota, o organismo começa a queimar gordura como fonte de energia.

 

“Perceba que está tudo intercalado. Você se alimenta bem, tem uma boa noite de sono, bebe água, se exercita e mantém seu nível de tranquilidade. Tudo isto vai fazer de você uma pessoa mais equilibrada e mais saudável e, naturalmente, você vai ter um metabolismo mais acelerado e vai emagrecer!” (Karina Peloi)

 

Clique nos links abaixo para assistir aos vídeos:

Obesidade (Dr. Dráuzio Varella)

- Globo Repórter - Obesidade - Alimentos que emagrecem

- Globo Repórter - Combate à Obesidade - 19-11-2010 - Parte 01

- Globo Repórter - Combate à Obesidade - 19-11-2010 - Parte 02

- Globo Repórter - Combate à Obesidade - 19-11-2010 - Parte 03

- Globo Repórter - Combate à Obesidade - 19-11-2010 - Parte 04

- Globo Repórter - Combate à Obesidade - 19-11-2010 - Parte 05

 

Para maiores informações, consulte:

- DIAS, P.C.; HENRIQUES, P.; DOS ANJOS, L.A.; BURLANDY, L. Obesidade e políticas públicas: concepções e estratégias adotadas pelo governo brasileiro. Cad Saúde Pública 2017; 33(7): e00006016.

- ESCOBAR FA. Relação entre Obesidade e Diabete Mellitus Tipo II em Adultos. Cadernos UniFOA 2009; IV:69-72.

- FONSECA-ALANIZ, M.H.; TAKADA, J.; ALONSO-VALE, M.I.C.; LIMA, F.B. O Tecido Adiposo Como Centro Regulador do Metabolismo. Arq Bras Endocrinol Metab 2006; 50(2): 216-229.

- GARDENAL I. A gênese da obesidade e do diabetes. Jornal da Unicamp 2011: XXV:11.

- INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA).  Brasileiros atingem maior índice de obesidade dos últimos treze anos, de acordo com pesquisa Vigitel. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/en/node/3433> Acesso em 18/06/2021.

- MARTINS, A.P.B. É preciso tratar a obesidade como um problema de Saúde Pública. Rev Adm Empres  2018; 58(3): 337- 341.

- MELO, M.E.; PINHO, A.C. Câncer e obesidade: um alerta do INCA. Rede Câncer, Edição 38, Agosto 2017. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/rrc-38-artigo-cancer-e-obesidade-um-alerta-do-inca.pdf> Acesso em 19/06/2021.

- MENDONÇA, L.S.; MOREIRA, J.A.R. A influência dos hormônios leptina e insulina na gordura localizada. Revista Científica da FHO|UNIARARAS 2015; 3(2): 47-56.

- MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Obesidade. Cadernos de Atenção Básica, nº 38. Brasília, DF, 2014. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_obesidade_cab38.pdf> Acesso em 18/06/2021.

- MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ANÁLISE EM SAÚDE E VIGILÂNCIA DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2019_vigilancia_fatores_risco.pdf> Acesso em 18/06/2021.

- NGUYEN DM, EL-SERAG HB. The Epidemiology of Obesity. Gastroenterol Clin North Am 2010;39:1-7.

- NISSEN, L. P.; VIEIRA, L.H.; BOZZA, L.F.; DA VEIGA, L.T.; BISCAIA, B.F.L.; PEREIRA, J.H.; FURLAN, L.H.O. Intervenções para tratamento da obesidade: revisão sistemática. Rev Bras Med Fam Comunidade (Florianópolis) 2012; 7(24): 184-190.

- PINHEIRO ARO, FREITAS SFT, CORSO ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev Nutr 2004; 17:523-33.

- ROMERO, C.E.M.; ZANESCO, A. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Rev Nutr (Campinas) 2006; 19(1):85-91.

- SAÚDE BRASIL. Obesidade. Disponível em: <https://saudebrasil.saude.gov.br/obesidade> Acesso em 18/06/2021.

- SERPA NETO, A.; SAHEB, G.C.B.; ARANTES, B.S.; PEDRALLI JÚNIOR, J.; DA SILVA, R.B.S.; BURITI, N.A. Fatores ambientais, comportamentais e neuroendocrinológicos envolvidos na gênese da epidemia da obesidade. Arq Bras de Ciências da Saúde 2008; 33(1): 44-53.

- VELLOSO, L.A. O controle hipotalâmico da fome e da termogênese: implicações no desenvolvimento da obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab 2006; 50(2): 165-176.

- WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity and overweight. Disponível em: <https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight> Acesso em 19/06/2021.

 

Veja também:

- 10 hábitos de vida noturnos que ajudam no processo de emagrecimento.

- Dá para engolir uma cápsula e emagrecer, mas não é para todo mundo; entenda. 

- Efeito sanfona faz mal à saúde: saiba evitar o perde e ganha de peso.

- Estudo pode ajudar a entender por que a obesidade  aumenta o risco de complicações cardiovasculares na COVID-19.  

- Há relação entre urina solta e obesidade? Entenda aqui.

- Novidades para tratar obesidade: saiba mais sobre nova medicação aprovada.

- Obesidade é uma doença ou um gatilho para outras enfermidades?

- Obesidade: médicos sugerem mudança na classificação do tratamento.

- Obesidade: novos remédios, velhos dilemas.

- O novo tratamento personalizado para os 4 tipos de obesidade, segundo especialistas dos EUA.

- O que acontece com o seu corpo quando se vive em efeito sanfona?

- Os 4 tipos de obesidade e como seria o tratamento ideal para cada um deles.

- Pensando em emagrecer? Veja 10 erros comuns que atrapalham o processo.

- Por que médicos recomendam que medida da sua cintura seja menor que metade da sua altura.

- Por que pessoas com obesidade tendem a ter diabetes? Estudo explica.

- Quer perder peso? Inclua estes cinco hábitos na sua rotina.

- Testosterona: mais do que a idade, a obesidade é o que faz o hormônio cair.

- Veja 15 erros comuns ao fazer dieta e como evitá-los.

 

 

Transtornos alimentares

 

 

Os transtornos alimentares são condições graves relacionadas a comportamentos alimentares anormais e persistentes que afetam negativamente a saúde, as emoções e a capacidade de funcionar em áreas importantes da vida, podendo, inclusive, ameaçar a vida. São doenças complexas que requerem uma abordagem multidisciplinar coordenada para seu tratamento. Com o tratamento adequado, a pessoa pode retornar a hábitos alimentares mais saudáveis ​​e, às vezes, reverter complicações graves causadas pelo transtorno alimentar. Porém, casos resistentes à terapia também ocorrem e cerca de 25% dos pacientes desenvolvem quadros crônicos com consequências orgânicas importantes e as taxas de mortalidade variam de 5% a 20%.

Os transtornos alimentares geralmente se desenvolvem na adolescência e na idade adulta jovem, embora possam se desenvolver em outras idades, sendo as mulheres a grande maioria (mais de 90%) daqueles que sofrem com esses transtornos. A preocupação excessiva com a comida, o peso corporal e a forma física também podem indicar um distúrbio alimentar. 

O pensamento comum seria de que determinadas profissões que exigem leveza para melhor desempenho (como ginastas, jóqueis, patinadoras, bailarinas) ou esbelteza para "comercialização" da imagem (modelos, atrizes) se encontrariam em risco aumentado para o desenvolvimento do transtorno. Porém, há um equívoco comum de que os transtornos alimentares são uma escolha de estilo de vida, pois transtornos alimentares são, na verdade, doenças graves e muitas vezes fatais que estão associadas a graves distúrbios no comportamento alimentar das pessoas e pensamentos e emoções relacionados. 

O modelo etiológico mais aceito atualmente para explicar a gênese e a manutenção dos transtornos alimentares é o modelo multifatorial, que se baseia na interação entre fatores genéticos, biológicos, comportamentais, psicológicos e sociais. Os estudos de imagens cerebrais também estão proporcionando uma melhor compreensão dos transtornos alimentares. Por exemplo, os pesquisadores descobriram diferenças nos padrões de atividade cerebral em mulheres com transtornos alimentares em comparação com mulheres saudáveis. Esse tipo de pesquisa pode ajudar a orientar o desenvolvimento de novos meios de diagnóstico e tratamento dos transtornos alimentares.

No contexto apresentado e tendo em vista a pandemia da COVID-19, as pessoas com transtornos alimentares podem estar particularmente vulneráveis, por causa de sua saúde física frequentemente comprometida, bem como suas relações problemáticas com os alimentos em um momento de insegurança alimentar e pânico, e muitas vezes vidas sociais e interpessoais empobrecidas em um momento de distanciamento social.  

 

Tratamentos e terapias para os transtornos alimentares

 

É importante procurar tratamento precoce para os transtornos alimentares. Pessoas com transtornos alimentares têm maior risco de suicídio e complicações médicas, além de poderem apresentar outros transtornos mentais (como depressão ou ansiedade) ou problemas com o uso de substâncias. A recuperação completa é possível.

Os planos de tratamento são adaptados às necessidades individuais e podem incluir um ou mais dos seguintes:

  • psicoterapia individual, em grupo e/ou familiar;
  • cuidados médicos e monitoramento;
  • aconselhamento nutricional;
  • intervenção farmacológica (medicamentosa).

 

Sintomas do transtorno alimentar

 

Os sintomas variam, dependendo do tipo de transtorno alimentar. Os mais comuns são anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). Falaremos sobre cada um deles a seguir. Leia com atenção e, ao se identificar com qualquer um deles, procure um especialista.

 


OBS.:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os transtornos alimentares, notadamente a anorexia e a bulimia nervosa, eram considerados um problema em grande parte confinado às nações altamente industrializadas, a ponto de alguns argumentarem que esses transtornos seriam "vinculados à cultura". Esses transtornos alimentares são caracterizados pelo medo de estar acima do peso (apesar do peso real estar na média ou abaixo da média), o que pode levar a uma série de comportamentos para reduzir o peso, incluindo dieta severa, vômito auto-induzido e exercícios excessivos.


 

 

Anorexia nervosa (AN)

 

Anorexia nervosa.

A anorexia nervosa é uma condição psiquiátrica, cujos sintomas surgem mais frequentemente na adolescência. Pessoas com anorexia nervosa podem se considerar acima do peso, mesmo quando estão perigosamente abaixo dele. O medo de engordar e o desejo persistente de emagrecer desencadeiam uma preocupação excessiva com os alimentos e, consequentemente, uma alteração do comportamento alimentar. Elas normalmente se pesam repetidamente, restringem severamente a quantidade de comida que comem, costumam fazer exercícios excessivos e/ou podem se forçar a vomitar ou usar laxantes para perder peso. 

Anorexia nervosa: Karen Carpenter.

A anorexia nervosa tem a maior taxa de mortalidade de qualquer transtorno mental. Enquanto muitas pessoas com esse transtorno morrem de complicações associadas à desnutrição, outras morrem de suicídio.

Na sua forma típica, o início é marcado por uma restrição dietética progressiva com a eliminação inicial de alimentos considerados "engordantes", como os carboidratos e as gorduras. As pacientes passam a apresentar certa insatisfação com os seus corpos, assim como passam a se sentir obesas, apesar de muitas vezes se encontrarem até muito magras (alteração da imagem corporal). O medo de engordar é uma característica essencial. Gradativamente, as pacientes passam a viver exclusivamente em função da dieta, da comida, do peso e da forma corporal, restringindo seu campo de interesses e levando ao sucessivo isolamento social. O curso da doença é caracterizado por uma perda de peso progressiva e continuada. 

Várias complicações médicas podem surgir em decorrência da desnutrição e dos comportamentos purgativos (uso indevido de laxantes e/ou diuréticos), tais como anemia, alterações endócrinas, osteoporose e alterações hidroeletrolíticas (especialmente hipocalemia, que pode levar a arritmia cardíaca e morte súbita), dentre outras. A associação dos transtornos alimentares com outros quadros psiquiátricos é bastante frequente, especialmente com transtornos do humor, transtornos de ansiedade e/ou transtorno de personalidade, mesclando os seus sintomas com os da condição básica e complicando a evolução clínica.

Os estudos sobre anorexia nervosa no Brasil são escassos, sobretudo com um enfoque populacional. As prevalências de comportamentos alimentares anormais que sinalizam risco para o desenvolvimento da anorexia nervosa oscilam entre 4,9% a 25%, variando conforme grupo étnico, idade, atividade ocupacional e grau de urbanização dos indivíduos investigado.

 

Sintomas da anorexia nervosa

 

Os sintomas incluem:

  • alimentação extremamente restrita;
  • magreza extrema (emagrecimento extremo);
  • uma busca incansável pela magreza e indisposição para manter um peso normal ou saudável;
  • medo intenso de ganhar peso;
  • imagem corporal distorcida, uma autoestima fortemente influenciada por percepções de peso e forma corporal, ou uma negação da gravidade do baixo peso corporal.

 

Outros sintomas podem se desenvolver ao longo do tempo (crônicos), incluindo:

  • perda de massa óssea (osteopenia ou osteoporose);
  • anemia;
  • perda de massa muscular e fraqueza;
  • cabelos e unhas quebradiços;
  • pele seca e amarelada;
  • crescimento de cabelo fino por todo o corpo (lanugo);
  • constipação intestinal severa;
  • frequência cardíaca e pressão arterial baixas;
  • queda na temperatura corporal, fazendo com que a pessoa sinta frio o tempo todo;
  • letargia, lentidão ou sensação de cansaço o tempo todo;
  • amenorreia (ausência da menstruação nas mulheres) e infertilidade.
  • danos à estrutura e função do coração;
  • dano cerebral;
  • falha de múltiplos órgãos.

 

Tratamento da anorexia nervosa

 

O tratamento inclui vários procedimentos, que envolvem também a família, como especificado abaixo.

  • Reidratar o organismo, recomeçando a alimentação à base de soros e líquidos (o estômago reduzido por não comer a tempos não suporta alimentos sólidos).
  • Introduzir gradualmente alimentos pastosos até chegar aos sólidos.
  • A pessoa também vai precisar reaprender a conviver com os outros durante as refeições, entrar em supermercados, fazer compras, ir a festas, participar dos almoços com a família, enfim, voltar a lidar com o lado social da comida.
  • Quanto à imposição, ela só é feita em casos que já estão muito graves, com perigo de morte (arritmia cardíaca, vômitos espontâneos). Para os demais casos ela deixou de ser recomendada porque tira o paciente da vida social, o que dificulta ainda mais a sua readaptação.
  • A psicoterapia é muito importante para a eficácia do tratamento. Através dela a pessoa vai alterar os hábitos adquiridos e voltou a comer.
  • É recomendado também que a família do paciente participe de sessões de terapia familiar em grupo para auxiliar a paciente em seu ambiente.

 

Nos casos mais graves (crônicos), outras intervenções médicas, incluindo a intervenção farmacológica são necessárias.

 

Veja também:

- Anorexia alcoólica: condição une excesso de álcool e restrição alimentar. 

 

 

Bulimia nervosa (BN)

 

 

Amy Winehouse: Bebida e bulimia causaram sua morte.
Amy Winehouse: bulimia que desenvolveu desde os 17 anos e bebida causaram sua morte. Fonte: https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2013/06/irmao-de-amy-winehouse-acredita-que-cantora-morreu-por-bulimia.html

Semelhantemente à anorexia nervosa, pessoas com bulimia nervosa também mantêm uma preocupação excessiva com a forma e o peso corporal. Porém, as pessoas com bulimia nervosa podem estar ligeiramente abaixo do peso, com peso normal ou acima do peso.

Pessoas com bulimia nervosa apresentam episódios recorrentes e frequentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos e sensação de falta de controle sobre esses episódios. Essa compulsão alimentar é seguida por um comportamento que compensa os excessos, como vômitos forçados, uso excessivo de laxantes e/ou diuréticos (comportamento purgativo ou purgação), jejum, exercícios excessivos ou uma combinação desses comportamentos. Fatores de ordem biopsicossocial se encontram relacionados com sua etiologia.

O episódio de compulsão alimentar é o sintoma principal e costuma surgir no decorrer de uma dieta para emagrecer. No início, a compulsão pode ser relacionada à fome, mas posteriormente, quando o ciclo compulsão alimentar ⇢ vômito auto-induzido ⇢ purgação já está instalado, ocorre em todo tipo de situação que gera sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão). 

Esses episódios ocorrem às escondidas na grande maioria das vezes e são acompanhados de sentimentos de intensa vergonha, culpa e desejos de autopunição. 

Outros mecanismos utilizados pelas pessoas bulímicas para o controle do peso após uma ingestão exagerada são: uso inadequado (sem prescrição médica) de hormônios tireoidianos, de agentes anorexígenos e de enemas (para lavagem intestinal). Jejuns prolongados e exercícios físicos exagerados são também formas de controle do peso, mas geralmente geram menos complicações clínicas do que as técnicas purgativas. 

 

Sintomas da bulimia nervosa

 

Indivíduos com bulimia nervosa, mesmo aqueles com peso normal, podem prejudicar gravemente seu organismo com o hábito frequente de comerem compulsivamente e se "desintoxicarem" em seguida.

Os sintomas incluem:

  • ingestão compulsiva e exagerada de alimentos sem nítido ganho de peso;
  • interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de estranhos rituais alimentares;
  • comer em segredo;
  • obsessão por exercício físico;
  • depressão;
  • longos períodos de tempo no banheiro para induzir o vômito;
  • uso de medicamentos para indução de vômito, evacuação ou diurese;
  • interrupção da menstruação;
  • abuso de drogas e álcool.

 

Outros sintomas podem se desenvolver ao longo do tempo, incluindo:

  • organismo cronicamente inflamado e dor de garganta;
  • glândulas salivares inchadas na área do pescoço e mandíbula;
  • esmalte dentário gasto e dentes cada vez mais sensíveis e deteriorados como resultado da exposição ao ácido estomacal;
  • desordem de refluxo ácido e outros problemas gastrointestinais;
  • irritação intestinal devido ao abuso de laxantes;
  • desidratação severa pelo comportamento purgativo;
  • desequilíbrio eletrolítico (níveis muito baixos ou muito altos de sódio, cálcio, potássio e outros minerais) que pode levar ao acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto do miocárdio.

 


OBS.:

As pessoas que desenvolvem bulimia quase sempre consomem enormes quantidades de alimentos, geralmente sem valor nutritivo, para diminuir o estresse e aliviar a ansiedade. Entretanto, com a extravagância alimentar, surgem a culpa e depressão.

Pessoas com profissões ou atividades que valorizam a magreza, como modelos, bailarinos e atletas, são mais suscetíveis ao problema.


 

Veja também:

- Entenda como a anorexia e a bulimia afetam a saúde do seu coração.

 

 

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)

 

 

Pessoas com transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) perdem o controle sobre a alimentação. Ao contrário da bulimia nervosa, os períodos de compulsão alimentar não são seguidos de vômito, purgação, exercícios excessivos ou jejum. Como resultado, as pessoas com esse transtorno frequentemente têm dificuldades para emagrecer ou manter o peso (apresentam histórico de variação de peso) e são obesas. São pessoas propensas a vários problemas médicos graves associados à obesidade, como doenças cardiovasculares e diabetes, entre outros já mencionados anteriormente.

Compulsão alimentar.

Como pode ser percebido, é um transtorno alimentar que se assemelha à bulimia, pois se caracteriza por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos. No entanto, difere da bulimia, pois os “comedores compulsivos” não fazem a eliminação forçada dos alimentos ingeridos. Ou seja, pessoas com esse transtorno sentem que perdem o controle quando comem. Ingerem grandes quantidades de alimentos e não param enquanto não se sentem "empanturradas". 

 


OBS.:

O transtorno da compulsão alimentar periódica é o transtorno alimentar mais comum nos EUA.


 

Estudos recentes demonstram a relevância dos mecanismos fisiológicos comportamentais no controle do balanço energético, sugerindo que a regulação do comportamento alimentar e do peso corporal seja dependente de vias no SNC comuns a outros comportamentos complexos, incluindo aprendizado e abuso de drogas. Há sugestões de que a compulsão possa estar relacionada a mecanismos motivacionais. O estado motivacional é controlado por processos básicos de regulação homeostática, envolvendo, portanto, funções hipotalâmicas. No hipotálamo há um centro gerador de comportamentos que é ativado pela motivação, em resposta a comandos oriundos do neocórtex e sistema límbico.

 

Sintomas do transtorno da compulsão alimentar periódica

 

Os sintomas incluem:

  • comer grandes quantidades de comida em um período específico de tempo, como um período de 2 horas;
  • comer mesmo quando estiver cheio ou sem fome;
  • comer rápido durante episódios de compulsão alimentar;
  • comer até ficar desconfortavelmente cheio;
  • comer sozinho ou em segredo para evitar constrangimento;
  • sentir-se angustiado, envergonhado ou culpado por comer;
  • depressão;
  • fazer dieta frequente, possivelmente sem perda de peso;
  • abuso de drogas anorexígenas e álcool.

 

 

Tratamento do transtorno da compulsão alimentar periódica

 

O êxito é maior quando diagnosticados precocemente. Precisa de um plano de tratamento abrangente, em geral, um clínico, nutricionista ou um terapeuta, para lhe dar apoio emocional constante, enquanto o paciente começa a entender a doença de uma forma de terapia que ensine os pacientes a modificar pensamentos e comportamentos anormais, que em geral, são mais produtivas.

 

Grupos de ajuda

Vigilantes do Peso - Empresa voltada para a reeducação alimentar e comportamental. Funciona na base de reuniões semanais, nas quais as pessoas recebem orientação nutricional e compartilham suas experiências. Os frequentadores pagam uma taxa para se inscrever e uma taxa menor por reunião. Tel.: 4003-3750

Comedores Compulsivos Anônimos - Grupo de autoajuda inspirado no modelo dos Alcoólicos Anônimos. Os membros seguem um programa de recuperação de 12 passos e se reúnem semanalmente para compartilhar experiências. O grupo não cobras taxas e enfatiza a dimensão espiritual da cura. 

 

Clique nos links abaixo para assistir aos vídeos:

Anorexia, Bulimia e Compulsão alimentar - Sem Censura Dra Ana Beatriz Silva

Anorexia nervosa: o que é? Quais as características?

Globo Repórter - Compulsão Alimentar

 

Para maiores informações, consulte:

- ALVES, E.; DE VASCONCELOS, F.A.G.; CALVO, M.C.M.; DAS NEVES, J. Prevalência de sintomas de anorexia nervosa e insatisfação com a imagem corporal em adolescentes do sexo feminino do Município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública 2008; 24(3): 503-512.

- APPOLINÁRIO, J.C.; CLAUDINO, A.M. Transtornos alimentares. Rev Bras Psiquiatr 2000; 22(Supl II):28-31.

- CERON-LITVOC, D.; NAPOLITANO, I.C. Transtornos Alimentares. MedicinaNET, 2008. Disponível em: <https://www2.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1176/transtornos_alimentares.htm> Acesso em 20/06/2021.

- FARIA, S.P.; SHINOHARA, H. Transtornos alimentares. InterAÇÃO, Curitiba 1998; 2: 51-73.

- HOSPITAL SANTA MÔNICA. Transtorno Alimentar. Disponível em: <https://hospitalsantamonica.com.br/saude-mental/transtorno-alimentar/> Acesso em 19/06/2021.

- NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL HEALTH (NIH). Eating Disorders. Disponível em: <https://www.nimh.nih.gov/health/topics/eating-disorders/> Acesso em 19/06/2021.

- WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Gender in Mental Health Research, 2005. Disponível em: <https://www.who.int/gender/documents/MentalHealthlast2.pdf> Acesso em 19/06/2021.

 

 

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