Curiosidades Fisiológicas

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Próstata e ejaculação femininas - isto é verdade?

 

Glândula de Skene.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gl%C3%A2ndula_de_Skene

Ao contrário do que se acreditava até recentemente, a próstata não é um órgão exclusivamente masculino. Durante muito tempo, a existência da próstata feminina foi negada pelos especialistas. Geralmente, ela era chamada de glândula de Skene, um vestígio da fase embrionária que não teria função significativa na vida adulta.

Estudos recentes, porém, têm demonstrado que a próstata está presente e ativa no organismo feminino e que, apesar de ser 20% menor do que a próstata masculina, apresenta características de secreção proteica. Durante a relação sexual, a glândula libera secreções conhecidas como ejaculação feminina, formadas pelo mesmo líquido presente no caso da próstata masculina.

Pesquisas sugerem que a próstata feminina pode ser afetada pelas terapias de reposição hormonal ou pelo uso de anabolizantes, procedimentos que contribuiriam para o eventual desenvolvimento de tumores malignos. Estudos preliminares do Instituto de Biologia da Unicamp indicam que o órgão estaria associado não só com a chamada ejaculação feminina, mas também com a estimulação sexual, uma vez que teria ligação com o ponto G, zona erógena rica em concentração de terminações nervosas e vasos sanguíneos.

Algumas mulheres têm o que os especialistas classificam de hiperandrogenismo, ou seja, apresentam naturalmente dosagens mais elevadas de testosterona. Uma das manifestações que acompanham o hiperandrogenismo é o hirsutismo, que consiste no crescimento de pelos em áreas do rosto; outra é o ovário policístico. Mulheres com esses problemas devem merecer um cuidado especial por parte dos ginecologistas, pois podem vir a apresentar patologias ligadas ao desenvolvimento da próstata. A mesma atenção precisa ser dada às atletas que fazem uso de anabolizantes e aos transexuais que normalmente são submetidos a tratamentos hormonais complementares. O mesmo é válido em relação às mulheres que utilizam de terapias de reposição hormonal, procedimentos adotados comumente após a menopausa.

No homem, o órgão conta com uma espécie de cápsula que restringe a disseminação das células tumorais. Na mulher, essa proteção não existe, o que permite a livre disseminação dos tumores na cavidade abdominal.

 

Para maiores informações, consulte: 

- ALVES FILHO, M. Pesquisadores desvendam a próstata feminina. Jornal da Unicamp. Edição 358, 14 a 20 de maio de 2007.

- TRIBUNA. Ejaculação feminina não precisa ser motivo de preocupação. 22/07/2010.

- UOL NOTÍCIAS. Cientistas descobrem formas diferentes de ejaculação feminina. 13/01/2015.

- UOL NOTÍCIAS. 5 coisas que você precisa saber sobre ejaculação feminina. 07/02/2020.

- VILAVERDE, C. Pesquisadores brasileiros dizem ter encontrado a “próstata feminina”.  Revista Super Interessante. Atualizado em 21 dez 2016, 10h36 - Publicado em 28 jun 2012. 

- WIKIPÉDIA. Glândula de Skene.

 

Ponto G finalmente desvendado?

 

O ponto de Gräfenberg (ponto G) parecia ter sido finalmente evidenciado cientificamente em 2008, quando um estudo coordenado pelo ginecologista italiano Emmanuele Jannini, que teve como objetivo usar a ultrassonografia para avaliar a variabilidade anatômica do espaço uretrovaginal em mulheres com e sem orgasmo vaginal, revelou, pela primeira vez, diferenças anatômicas claras entre mulheres que afirmavam ter orgasmo vaginal e aquelas que não o tinham (publicado na revista Journal of Sexual Medicine).

“Este foi o ano em que o ponto G semimístico foi fisicamente localizado por pesquisadores - e agora eles estão ensinando mulheres a encontrar o delas e ter orgasmo” (GUEDES, 2008).

Os cientistas acompanharam ultrassonografias de vinte mulheres e os exames mostraram claras diferenças anatômicas entre as voluntárias que afirmavam ter atingido orgasmo vaginal e outras que nunca vivenciaram a experiência. Este tipo de orgasmo é alcançado pelo estímulo da parede vaginal, sem utilizar fricção no clitóris.

Nas nove mulheres pesquisadas que tinham orgasmos vaginais, os pesquisadores evidenciaram um grande espessamento do tecido uretrovaginal. Já nas outras onze pesquisadas, que não tinham orgasmos vaginais, esse espessamento era bem menor.

Anteriormente, Jannini já havia localizado pontos relacionados ao aumento da função sexual na área entre a vagina e a uretra. Esses locais liberariam a PDE (fosfodiesterase), uma enzima que, nos homens, processa óxido nítrico e possibilita a ereção. Todavia, sua equipe não havia comprovado que a presença desses pontos está associada ao orgasmo vaginal.

Porém, apesar destas descobertas, nenhuma controvérsia poderia ser mais polêmica do que a respeito da existência do ponto G, uma entidade anatômica e fisiológica para mulheres e muitos cientistas, mas um OVNI ginecológico para outros. Assim, a existência do ponto G ainda permanece controversa desde a década de 1980, quando o termo foi cunhado como uma forma de explicar por que algumas mulheres eram capazes de atingir o orgasmo por meio da estimulação vaginal, enquanto outras não. 

Dados prós e contras que foram cuidadosamente revisados por cientistas com opiniões diferentes sobre o ponto G e debatidos no Congresso da Sociedade Internacional para o Estudo da Saúde Sexual da Mulher, em Florença, em fevereiro de 2009, foram apresentados no artigo publicado por Jannini e colaboradores em 2010. 

O que se sabe hoje em dia é que, embora nenhuma estrutura consistente com um ponto G distinto tenha sido identificada, a vagina não é um órgão passivo, mas uma estrutura altamente dinâmica com um papel ativo na excitação sexual e na relação sexual. As relações anatômicas e as interações dinâmicas entre o clitóris, a uretra e a parede vaginal anterior levaram ao conceito de um complexo clitouretrovaginal (CUV), definindo uma área morfofuncional multifacetada e variável que, quando adequadamente estimulada durante a penetração, pode induzir respostas orgásticas. 

A busca pela região vaginal lendária e altamente erógena, o ponto G, produziu dados importantes, melhorando substancialmente a compreensão da complexa anatomia e fisiologia das respostas sexuais nas mulheres. As técnicas de imagem modernas permitiram a visualização das interações dinâmicas dos órgãos genitais femininos durante a estimulação sexual ou o coito. Assim, o conhecimento da anatomia e fisiologia do complexo CUV pode ajudar a evitar danos aos seus componentes neurais, musculares e vasculares durante procedimentos cirúrgicos urológicos e ginecológicos.

 

Para maiores informações, consulte: 

- ABC SCIENCE. Row over G spot nears climax. 21/02/2008.

- BBC BRASIL. Cientistas dizem ter comprovado existência do ponto G. 20 de fevereiro, 2008.

- GEDDES, L. News review 2008: the G spot is found. New Scientist 2008; 200(2687): 36.

- GEDDES, L. Ultrasound nails location of the elusive G spot. New Scientist 2008; 197(2644): 6-7.

- GRAVINA, G.L.; BRANDETTI, F.; MARTINI, P.; CAROSA, E.; DI STASI, S.M.; MORANO, S.; LENZI, A.; JANNINI, E.A. Measurement of the thickness of the urethrovaginal space in women with or without vaginal orgasm. J Sex Med. 2008; 5(3): 610-618. 

- ISTO É. Afinal, como faço para encontrar meu ponto g? 01/06/2020.

- JANNINI, E.A.; BUISSON, O.; RUBIO-CASILLAS, A. Beyond the G-spot: clitourethrovaginal complex anatomy in female orgasm. Nat Rev Urol 2014; 11(9): 531-538. 

- JANNINI, E.A.; WHIPPLE, B.; KINGSBERG, S.A.; BUISSON, O.; FOLDÈS, P.; VARDI, Y. Who's Afraid of the G-spot? J Sex Med. 2010; 7(1pt1): 25-34.

- OSTRZENSKI, A. G-spot anatomy: a new Discovery. J Sex Med 2012; 9(5): 1355-1359.

- Por que o ponto G tem esse nome? Se pensou em alguma sacanagem, errou feio.

 

Rivalidade no período fértil

 

Mulheres com altos níveis de estrogênio tendem a considerar menos atraentes (depreciar) suas possíveis rivais, é o que diz a professora Mary Fisher, do departamento de psicologia da Universidade York.

A razão desse comportamento, segundo a pesquisadora, seria provocar condições favoráveis ao acasalamento justamente no período da ovulação: "além da autopromoção foi possível identificar pela primeira vez em estudos empíricos o mecanismo de depreciação das concorrentes", diz a pesquisadora.

Portanto não se descuide: quando começar a se desfazer de uma amiga querida ou a apontar defeitos em outras mulheres, lembre-se que você pode estar simplesmente no período fértil.

 

Rivalidade no período fértil.

 

Para maiores informações, consulte o artigo: 

- FISHER, M.; COX, A. The influence of female attractiveness on competitor derogation. J Evol Psychol 2009; 7223: 1789-2082.

 

 

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