Sistema de Sustentação


Musculatura Lisa
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária, além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo.
Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. No músculo liso não existe retículo sarcoplasmático ou ele é muito reduzido (principalmente se comparado ao da musculatura estriada). O sarcolema contém depressões com aspecto e dimensões das vesículas de pinocitose chamadas cavéolas, onde os íons cálcio ficam armazenados. Também, não existe sarcômero e os filamentos de actina ficam estabilizados pela combinação apenas com a tropomiosina (ausência de troponina). Essas células musculares contêm miosina II, cujas moléculas se conservam enrodilhadas, exceto quando combinadas com fosfato (fosforilação), quando se estiram em filamentos (filamentos de miosina só se formam no momento da contração). Nos outros tecidos musculares a miosina é do tipo I e existe permanentemente estirada, constituindo os filamentos grossos. Assim, quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados nas cavéolas são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na contração muscular.
Musculatura Cardíaca
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura cardíaca.
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no músculo estriado esquelético , com algumas diferenças :
- os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético;
- retículo sarcoplasmático menor;
- as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons cálcio mais limitada;
- tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador da liberação do cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, provocando a contração ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de volta para o retículo.
Características |
Lisa |
Estriada Esquelética |
Estriada Cardíaca |
---|---|---|---|
Forma |
Fusiforme |
Filamentar |
Filamentar ramificada
|
Tamanho (valores médios) |
Diâmetro: 7mm Comprimento: 100mm |
30mm centímetros |
15mm 100mm |
Estrias transversais |
Não há |
Há |
Há |
Núcleo |
1 central |
Muitos periféricos (sincício) |
1 central |
Discos intercalares |
Não há |
Não há |
Há |
Contração |
Lenta, involuntária |
Rápida, voluntária |
Rápida, voluntária |
Apresentação |
Formam camadas envolvendo órgãos |
Formam pacotes bem definidos, os músculos esqueléticos |
Formam as paredes do coração (miocárdio) |


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