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Métodos anticoncepcionais (contraceptivos)

 

 

A prevenção da gestação não planejada é fundamental, principalmente para adolescentes e adultos jovens sexualmente ativos, que devem ser orientados precocemente, uma vez que a idade para início das relações sexuais está diminuindo cada vez mais, enquanto estão aumentando o número de adolescentes grávidas.

Contracepção ou anticoncepção corresponde ao uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. É recurso de planejamento familiar, para a concepção desejada e programada de filhos de forma consciente.

Os métodos anticoncepcionais ou contraceptivos são os métodos utilizados para se evitar a concepção e podem ser:

  • reversíveis: só evitam a concepção enquanto estiverem sendo utilizados, mas permitem o retorno à fecundidade quando se deixa de usá-los;
  • irreversíveis: uma vez utilizados, fazem cessar definitivamente a capacidade de concepção.

 

Didaticamente, esses métodos podem ser divididos em: 

  • comportamentais;
  • de barreira;
  • dispositivo intrauterino (DIU);
  • métodos hormonais;
  • métodos definitivos (esterilização cirúrgica): vasectomia (em homens) e laqueadura de trompas (em mulheres).

 

Métodos anticoncepcionais reversíveis.
Métodos anticoncepcionais reversíveis.

 

Não existe um único método ideal para controle da natalidade. Diversos métodos estão disponíveis; cada um possui vantagens e desvantagens. O único método contraceptivo 100% confiável é a abstinência sexual total, isto é, evitar a relação sexual. 

A escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada levando-se em conta fatores como idade, números de filhos, compreensão e tolerância ao método, desejo de procriação futura e a presença de doenças crônicas que possam agravar-se com o uso de determinado método. Como todos os métodos têm suas limitações, é importante que saibamos quais são elas, para que eventualmente possamos optar por um dos métodos. Todavia, na
orientação sobre os métodos anticoncepcionais deve ser destacada a necessidade da dupla proteção (contracepção e prevenção das infecções sexualmente transmissíveis IST , incluindo HIV/AIDS), mostrando a importância dos métodos de barreira, como os preservativos (camisinhas) masculinos ou femininos. Assim, o correto é usar a camisinha em todas as relações.

 

Métodos comportamentais

 

Os métodos comportamentais são assim chamados porque se baseiam na observação das mudanças que ocorrem no organismo da mulher de acordo com a fase do ciclo menstrual em que ela se encontra. Baseando-se nessas observações, pode-se identificar o período fértil da mulher e, portanto, o período em que ela deve se abster de relações sexuais, se não quiser engravidar.

Além disso, o uso de métodos comportamentais ajuda a mulher a se conhecer melhor, entendendo as mudanças que ocorrem durante seu ciclo menstrual. Muitos métodos derivaram dessas observações: 

  • método da tabelinha ou do calendário (método rítmico ou Ogino-Knaus);
  • temperatura basal;
  • método do muco cervical (método Billings);
  • uma combinação de vários deles (método sintotérmico).

 

Mas cuidado! Os métodos comportamentais dependem muito da observação estrita das regras que eles impõem. Os casais também precisam estar bastante motivados e dispostos a cumprir os períodos de abstinência sexual exigidos, pois a eficácia desses métodos varia muito mais do que a dos outros métodos anticoncepcionais e é dependente da ausência de relações com penetração vaginal durante todo o período fértil. 

 

Método da tabelinha ou do calendário

 

Tabelinha.

O método da tabelinha se baseia na observação de vários ciclos menstruais e procura calcular o início e o fim do período fértil (já explicado anteriormente em Ciclo menstrual na prática). Para se determinar a duração média dos ciclos, deve-se saber a duração do mais curto e do mais longo. Em geral, é preciso observar pelo menos 6 ciclos menstruais, marcando a data do primeiro dia (1º dia da menstruação) e a duração de cada ciclo, até se definir a duração dos ciclos mais curtos e mais longos. A partir daí se pode calcular o período fértil e o período de abstinência sexual.

Como regra geral, a ovulação acontece 14 dias antes da menstruação. Se uma mulher tem ciclos muito regulares de 28 dias, as relações devem ser evitadas do 10º até o 18º dia do ciclo menstrual, porque são dias em que ela está perto da ovulação e, portanto, com maior probabilidade de engravidar (para maiores detalhes, ver  Ciclo menstrual na prática). 

O problema é que a maioria das mulheres não tem os ciclos tão regulares e quanto maior a diferença entre a duração dos ciclos, maior o tempo que o casal deve permanecer em abstinência sexual.

Por exemplo, mulheres com ciclos de 26 a 30 dias deveriam abster-se de relações sexuais do 8º ao 20º dia do ciclo menstrual, o que dá um total de doze dias por mês sem relações. Longos períodos de abstinência são mais difíceis de serem cumpridos, pois depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher, onde a libido (desejo sexual) se encontra em alta; a não ser que o casal tenha bastante motivação para o uso desse método.

É preciso ter cuidado! Como a tabelinha se baseia na observação de vários ciclos menstruais para se chegar a uma duração média do ciclo da mulher, realmente esse método não é indicado para mulheres com ciclos menstruais irregulares.

 

Temperatura basal

 

Temperatura basal.
Com a curva de temperatura é possível identificar a data de ovulação. Fonte: A revista da mulher.

O método da temperatura basal é baseado na observação das alterações fisiológicas da temperatura corporal ao longo do ciclo menstrual. A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. Após a ovulação, a temperatura corporal da mulher se eleva entre 0,2-0,5°C, devido à elevação dos níveis de progesterona, que tem um efeito termogênico. O método permite, portanto, por meio da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase pós-ovulatória. 

Como regra, a temperatura deve ser medida todos os dias (sempre com o mesmo termômetro) pela manhã, assim que a mulher acordar e antes de se levantar (antes de comer ou fazer qualquer outra atividade), após repouso de no mínimo 5 horas. Esse procedimento deve ser realizado desde o primeiro dia da menstruação até quando a temperatura se elevar por 4 dias consecutivos, anotando-se os resultados em papel quadriculado comum (0,5 cm = 0,1°C) e depois ligando-se os pontos referentes a cada dia. Cada ciclo menstrual terá seu gráfico próprio de temperatura basal corporal. 

O gráfico ajuda a reconhecer que a diferença de no mínimo 0,2°C entre a última temperatura mais baixa e as três temperaturas mais altas que se seguem indica a mudança da fase ovulatória para a fase pós-ovulatória do ciclo menstrual, durante a qual a temperatura se manterá mais alta até a época da próxima menstruação. O período fértil termina na manhã do 4° dia em que for observada a temperatura mais elevada. 

 


OBS.:

A temperatura pode ser verificada por via oral, retal ou vaginal. A temperatura oral deve ser verificada colocando-se o termômetro embaixo da língua e mantendo-se a boca fechada pelo tempo mínimo de 5 minutos. A temperatura retal ou vaginal deve ser verificada por, no mínimo, 3 minutos. Uma vez escolhida a via de verificação da temperatura, esta deve ser mantida durante todo o ciclo. 


 

Depois de estabelecer qual é a sua variação normal e o padrão de aumento, poderá usar a informação, evitando relações sexuais no período fértil. Assim, a mulher só pode manter relações sexuais três dias após a ocorrência da elevação da temperatura até a próxima menstruação. Depois desses três dias, a fertilização fica inviável porque o ovócito II sofre degeneração.

Uma grande desvantagem desse método é que se a mulher tiver alguma doença, como um simples resfriado ou virose, todo o esquema se altera, tornando impossível retomar a linha basal, ou saber se o aumento de temperatura é devido à ovulação ou a febre.

 

Método do muco cervical ou método Billings

 

Muco cervical.

O método do muco cervical é também conhecido como método Billings, sobrenome do casal que o desenvolveu. Ele se baseia na identificação do período fértil pelas modificações cíclicas do muco cervical durante autoexame, e pela sensação por ele provocada na vulva, constituindo-se numa maneira indireta de se observar a atividade hormonal do ovário e de se predizer a ovulação.

A observação da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação e inicialmente é espesso e pegajoso, dificultando a ascensão dos espermatozoides pelo canal cervical. Sob ação estrogênica (logo antes da ovulação), o muco cervical produz na vulva uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o tempo da fertilidade, momento em que os espermatozoides têm maior facilidade de penetração no colo uterino. Nesta fase, o muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio. Aí deve-se iniciar o período de abstinência sexual, mantendo-a até três dias depois do desaparecimento do muco cervical, o que acontece após a ovulação.

Só não podem usar esse método as mulheres que têm dificuldade de identificar o muco cervical — nem sempre ele aparece na calcinha ou no papel higiênico e muitas vezes é preciso procurá-lo na vagina, com o dedo higienizado. Nas mulheres com corrimento ou infecções vaginais, a identificação pode ficar muito prejudicada.

 

Método sintotérmico

 

A combinação dos métodos comportamentais, conhecido como método sintotérmico, reúne o conjunto dos sinais e sintomas dos métodos comportamentais descritos, no sentido de aumentar sua eficácia anticoncepcional.

Portanto, se o muco cervical produz na vulva uma sensação de umidade e lubrificação, se a temperatura da mulher acabou de se elevar e a tabelinha indica fertilidade, as relações sexuais são muito arriscadas para quem não quer ter filhos.

A mulher que desejar fazer uso deste método deve estar completamente familiarizada com as técnicas de cada um dos métodos comportamentais descritas anteriormente.

 

Para  maiores informações sobre os métodos comportamentais, consulte:

- MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA. Manual de anticoncepção: métodos comportamentais

- MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DA MULHER. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. 4ª edição, Brasília, Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf> Acesso em 21/10/2021. 

 

Outros métodos comportamentais

 

Além dos métodos descritos acima, existem práticas sexuais que podem ser consideradas como métodos comportamentais, já que reduzem o risco de uma gravidez indesejada. São elas: 

  • relação sexual interrompida antes da ejaculação (coito interrompido);
  • relação sexual sem penetração.

 

São práticas muito usadas, embora não sejam recomendadas como único método anticoncepcional. Porém, podem ser especialmente úteis em situações de emergência, nas quais, por alguma razão, não se dispõe de outro método contraceptivo e não é possível evitar a relação sexual.

Em especial, com relação ao coito interrompido, destacamos que é necessário um autocontrole por parte do homem para que ele possa retirar o pênis da vagina na iminência da ejaculação e o sêmen ser depositado longe dos genitais femininos. Esse fato traz alta possibilidade de falha e pode levar à disfunção sexual do casal, devendo ser desencorajado. Deve, portanto, ser tratado como último recurso, que deverá ser prontamente substituído por outro método contraceptivo mais eficaz.

 

Métodos de Barreira

 

Os métodos de barreira são assim chamados porque fazem uma barreira física ou química entre os espermatozoides e o colo do útero, evitando que eles consigam penetrar o útero e chegar até o ovócito II (gameta feminino). Sem dúvida, a camisinha é a "barreira" mais conhecida, mas ainda fazem parte deste grupo o diafragma e os espermicidas.

Apesar de serem métodos disponíveis há muito tempo, eles estão bastante em evidência, especialmente a camisinha (ou condom), devido ao crescente risco de infecção pelo vírus HIV e por outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). 

 

Preservativos (camisinhas ou condons)

 

Preservativo masculino

 

Preservativo masculino.

O preservativo masculino consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual, retendo o esperma por ocasião da ejaculação e impedindo seu contato com a vagina, assim como impede que os microrganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. É um método que, além  de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis.

A taxa de falha deste método varia de 3% a 14%, quando usado corretamente em todas as relações sexuais. Sua segurança depende do armazenamento adequado, da técnica de uso e da utilização em todas as relações sexuais. 

 

Técnica de uso

Camisinha masculina.

 

Desenrolar a camisinha no pênis ereto, antes da penetração. A camisinha possui lado certo para desenrolar, para saber qual é o correto, basta tentar desenrolar se não der ou for muito complicado vire a pontinha para o outro lado.

Depois de retirá-la da embalagem, deve-se apertar a pontinha (dando uma leve torcidinha) para evitar que fique com ar porque, se ficar com ar, ela pode estourar com mais facilidade. Lembre-se que o pênis deve estar ereto (duro).

Segurando a ponta apertada ir desenrolando a camisinha sobre o pênis até chegar à base. 

 

Depois de desenrolar até a base evite ficar passando a mão, pois pode retirar o lubrificante e fazer com que a camisinha estoure com mais facilidade. Agora está tudo pronto para se ter uma relação sexual protegida.

 

 

A camisinha deve ser retirada do pênis imediatamente após a ejaculação, segurando-se pela base para que não haja vazamento de esperma. 

 

 

Atenção:

  • A camisinha não deve ser reutilizada, devendo ser descartada no lixo após o uso.
  • Recomenda-se guardar os preservativos em lugar fresco, seco e de fácil acesso ao casal, observando-se a integridade da embalagem, bem como o prazo de validade.
  • Devem ser usados apenas lubrificantes a base de água, pois o uso de lubrificantes oleosos (como   vaselina ou óleos alimentares) danifica o látex,  aumentando o risco de rompimento; a maioria dos preservativos já vem com lubrificante.
  • No caso de ruptura durante o ato sexual, o preservativo deve ser substituído imediatamente.

 

Preservativo feminino

 

O preservativo feminino consiste em um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano. O primeiro (anel interno), que fica solto dentro do tubo, serve para ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O segundo anel (anel externo) constitui o reforço externo do preservativo que, quando corretamente colocado, cobre parte da vulva. 

 

Camisinha feminina posicionada.

 

O preservativo forma uma barreira física entre o pênis e a vagina, servindo de receptáculo ao esperma e impedindo seu contato com a vagina, assim como impede que os microrganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa.

O produto já vem lubrificado e deve ser usado uma única vez. O poliuretano, por ser mais resistente do que o látex, pode ser usado com vários tipos de lubrificantes.

A taxa de falha deste método varia de 1,6%, em uso correto, a 21%, em uso habitual. 

 

Técnica de uso

 

Camisinha feminina.

O  preservativo  feminino  pode  ser  colocado  em  qualquer  momento, desde que seja antes da penetração. O produto deve ser retirado da embalagem somente na hora do uso. 

 

Para colocá-lo corretamente, a mulher deve encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, senta da com os joelhos afastados, agachada ou deitada). 

 

O anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina. 

 

Com o dedo indicador, ele deve ser empurrado o mais profundamente possível para alcançar o colo do útero. O anel externo deve ficar aproximadamente 3 cm para fora da vagina. Durante a penetração, o pênis deve ser guiado para o centro do anel externo. O preservativo não deve ficar retorcido. 

Retirar com tranquilidade (sem pressa) após o término da relação. Para retirá-lo, segure as bordas do anel externo fazendo um movimento de torção para manter o esperma dentro do preservativo. Puxe-o delicadamente para fora da vagina, jogando-o no lixo. 

 

Veja também:

- Vídeos mostram como funciona 1ª camisinha unissex: 'Grudenta e invisível'.

- Vacina anticoncepcional masculina é prevista para 2023; saiba como funciona.

- VIVENDO A ADOLESCÊNCIA. Mitos e verdades sobre métodos anticoncepcionais com informação baseada em evidências científicas.

 

Diafragma

 

Diafragma.

O diafragma consiste em um anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula, que a mulher introduz na vagina para cobrir completamente o colo uterino e a parte superior da vagina. Como uma barreira, ele impede a entrada dos espermatozoides no útero e nas tubas uterinas.

 

Diafragma posicionado no interior da vagina.

 

Recomenda-se introduzir na vagina de 15 a 30 minutos antes da relação sexual e só retirar 6 a 8 horas após a última relação sexual de penetração. 

Diafragma + espermicida.

Para maior eficácia do método deve-se colocar creme espermicida na parte côncava do diafragma antes da sua introdução na vagina. 

A higienização e o armazenamento corretos do diafragma são fatores importantes na prevenção de infecções genitais e no prolongamento da vida útil do dispositivo. Por apresentar vários tamanhos (de acordo com o tamanho do colo uterino), deve ser indicado por um médico para uma adequação perfeita ao colo uterino. 

A taxa de falha, nos primeiros 12 meses de uso do método, varia de 2,1%, quando utilizado correta e consistentemente, a 20%, em uso habitual. 

 

Espermicidas

 

Espermicida.

Os espermicidas ou espermaticidas são substâncias químicas que imobilizam e destroem os espermatozoides. A mais usada destas substâncias é o nonoxynol-9 (N-9) a 2%. As apresentações são as mais variadas, na forma de cremes, geleias, espumas em aerossol, óvulos, películas vaginais e tabletes que se dissolvem quando colocados na vagina, recobrindo a vagina e o colo do útero.

No primeiro ano de uso a taxa de falha deste método varia de 6%, em uso correto, a 26%, em uso habitual. 

 

Para  maiores informações sobre os métodos de barreira, consulte:

- MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DA MULHER. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. 4ª edição, Brasília, Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf> Acesso em 21/10/2021. 

 

Dispositivo intrauterino (DIU)

 

O dispositivo intrauterino (DIU) consiste em um objeto sólido (peças de metal ou plástico) de formato variável que é inserido através do colo uterino na cavidade uterina, com o objetivo de evitar a gravidez. Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre que aparecerem leucorreias (corrimentos vaginais anormais). 

 

DIU: tipos e posicionamento no útero.

 

Os DIUs podem ser classificados em três grupos principais: 

  1. não medicados;
  2. medicados ou de cobre;
  3. hormonais:

 

Alça de Lipps.

O dispositivo de polietileno impregnado com sulfato de bário, chamado de alça de Lipps, é o exemplo mais comum de DIU não medicado. Esse dispositivo depende de uma reação de corpo estranho para sua ação contraceptiva, trata-se de reação inflamatória estéril que produz lesão tecidual mínima, porém suficiente para ser espermicida.

DIU de cobre.

O DIU de cobre (medicado) consiste em um fio de prata corado com cobre. A presença de um corpo estranho e de cobre na cavidade endometrial causa mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, além de produzir modificações no muco cervical. Além disto, o cobre é associado à resposta inflamatória aumentada, com aumento da produção de prostaglandinas e inibição de enzimas endometriais. Estas mudanças afetam adversamente o transporte de espermatozoides, de modo a prevenir a fertilização. Os íons de cobre também têm um efeito direto na motilidade espermática, reduzindo a capacidade de penetração no muco cervical. A ovulação não é afetada em usuárias de DIU de cobre.

Os problemas mais frequentes durante o uso de DIU são:

  • expulsão do dispositivo,
  • dor pélvica,
  • dismenorreia (sangramentos irregulares nos meses iniciais)
  • aumento do risco de infecção (infecção aguda sem melhora ou infecções persistentes implicam na remoção do DIU).

 


OBS.:

Os DIUs podem provocar infecções  intrauterinas, mas estas geralmente ocorrem no primeiro mês após a inserção e em mulheres expostas a infecções sexualmente transmissíveis (IST). 


 

Mulheres que têm hemorragias muito abundantes ou cólicas fortes na menstruação, ou que tenham alguma anomalia intrauterina, como miomas ou câncer ginecológico, infecções nas trompas, sangramentos vaginais ou alergia ao cobre não podem usar o DIU. Também não são aconselhados para nulíparas (mulheres que nunca engravidaram).

A gravidez raramente ocorre (eficácia alta, variando de 95 a 99,7%) com risco de abortamento no 1º e 2º trimestres. A retirada do DIU pode ser feita após avaliação ultra-sonográfica, considerando os riscos para o embrião. Se a retirada não for possível por riscos de abortamento, a paciente deve ser acompanhada a intervalos curtos de tempo e orientada em relação a sangramentos vaginais e leucorreias.

 

DIU hormonal.

O DIU hormonal (ou DIU Mirena) é um sistema intrauterino liberador de levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética. Trata-se de um dispositivo de plástico ou de metal com um reservatório que contém 52 mg de  levonorgestrel. Mede 32 mm de comprimento e libera 20 µg de levonorgestrel por dia, que age na supressão dos receptores de estriol (estrogênio) endometrial, provocando atrofia do endométrio, espessamento do muco cervical e inibição da passagem dos espermatozoides através da cavidade uterina.

A diferença do Mirena em relação aos outros dispositivos intrauterinos é que ele evita muitos efeitos colaterais.

Vantagens:

  • a menstruação pode desaparecer completamente em algumas mulheres após poucos meses;
  • Método seguro (1 a cada 1000 mulheres poderão engravidar);
  • risco de gravidez ectópica reduzido (cerca de 2 a cada 10.000 mulheres ao ano);
  • reduz dores menstruais.

 

As desvantagens são semelhantes às dos demais DIUs.

Índice de falha:  0,1%

 

Veja também:

- Quais são os métodos contraceptivos não hormonais e como funcionam.

 

Anticoncepção hormonal

 

A anticoncepção hormonal utiliza-se de hormônios sintéticos derivados daqueles normalmente produzidos pelos ovários da mulher: o estrógeno e a progesterona. A razão disso é que a administração apropriada de um ou de ambos os hormônios pode evitar o pico pré-ovulatório da secreção de LH pela hipófise, que é essencial à ovulação. Desta forma, a anticoncepção hormonal evita a gravidez por inibir a ovulação.

Quando o método contém derivados sintéticos dos dois hormônios, é chamado de combinado; entre eles estão a pílula, os injetáveis mensais, o anel vaginal e o adesivo transdérmico. Os que contêm apenas o derivado da progesterona são a minipílula, os injetáveis que duram três meses e os implantes subdérmicos.

Eventos adversos podem ser observados entre usuárias de anticoncepção hormonal, representando o principal elemento responsável pelo abandono do método. Os possíveis efeitos colaterais dos anticoncepcionais hormonais incluem:

  • náusea,
  • sensibilidade dos seios,
  • ganho de peso,
  • retenção de água,
  • alterações no humor,
  • manchas na pele,
  • dor de cabeça,
  • vertigens,
  • aumento da pressão arterial.

 

Se usados por muito tempo, podem aumentar o risco de câncer de mama.

Em algumas mulheres também podem causar riscos à saúde. Assim, seu uso não é recomendado para mulheres que se encaixam em qualquer um dos seguintes casos:

  • fumantes (risco de trombose),
  • obesidade,
  • problemas cardíacos ou hipertensão arterial,
  • doenças do fígado,
  • histórico familiar de trombose,
  • suspeita de gravidez,
  • flebite (inflamação de uma veia superficial, com ou sem a presença de um trombo ou coágulo em seu interior) ou varizes (veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele),
  • glaucoma,
  • enxaqueca,
  • com menos de 16 anos ou mais de 40 anos.

 


OBS.:

Embora raras, as complicações cardiovasculares representam os riscos mais temidos entre as usuárias de métodos hormonais, principalmente de pílulas contraceptivas. Destacam-se, entre estas complicações, o tromboembolismo venoso, o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC). 


 

Anticoncepcionais orais combinados (AOCs) 

 

Anticoncepcionais orais combinados.

Os anticoncepcionais orais combinados (AOCs) representam o método anticoncepcional mais utilizado em todo o mundo. Estima-se que 100 milhões de mulheres são usuárias deste método, que se caracteriza por sua elevada eficácia: a falha é menos de 1 a cada 100 mulheres/ano no primeiro ano (quando usados correta e consistentemente), aumentando para 5 a cada 100 mulheres ano, com o uso habitual. 

Os AOCs consistem na utilização de estrogênio associado a progestina (progestagênio), impedindo a concepção por inibir a ovulação pelo bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela hipófise. Também modificam o muco cervical, tornando-o hostil aos espermatozoides, alteram as condições endometriais, e modificam a contratilidade das tubas uterinas, interferindo no transporte ovular.

 


OBS.:

O  etinilestradiol é o principal estrogênio contido nos AOCs; os estrogênios naturais como o estradiol e o valerato de estradiol também estão disponíveis em duas formulações mais recentes lançadas no mercado.  

As progestinas, também chamadas progestagênios, são a forma sintética do hormônio progesterona produzido naturalmente pelo organismo.


 

Pode-se classificar as pílulas combinadas como:

  • monofásicas,
  • bifásicas,
  • trifásicas.

 

Pílula monofásica.

As pílulas monofásicas apresentam em todos os comprimidos as mesmas doses de estrogênio e progestina (progestagênio). Deve-se tomar uma pílula todos os dias (no mesmo horário), com início a partir do quinto dia da menstruação até a cartela acabar. Fica-se sete dias sem tomar, durante os quais sobrevém a menstruação.

 

As pílulas que apresentam duas doses diferentes de estrogênios e progestinas são as bifásicas, enquanto aquelas com variações triplas nas doses dos hormônios são as trifásicas. Por conterem diferentes dosagens, podem ter dosagens mais baixas e causam menos efeitos colaterais. São tomadas como as pílulas monofásicas mas têm cores diferentes, de acordo com a dosagem e a fase do ciclo, não podendo ser tomadas fora da ordem. Assim, deve-se também seguir rigorosamente as recomendações da bula, pois o início de uso e os intervalos variam entre os diferentes tipos de pílulas.

 

Pílulas bifásicas e trifásicas.

 

Idealmente, a pílula só deve ser tomada depois de se fazer um exame médico completo em um ginecologista, que receitará a mais adequada para cada caso. 

 

Cuidado: uma falha no esquema de tomar a pílula pode diminuir ou até mesmo cancelar sua efetividade!

 

Veja também:

- Qual o melhor anticoncepcional? Saiba como escolher sua pílula.

- Vitamina, antibiótico e mais: o que corta efeito de pílula anticoncepcional.

 

Pílulas de baixa dosagem ou minipílulas

 

As minipílulas têm uma dosagem mais baixa e contém apenas um hormônio (geralmente progestina); causando menos efeitos colaterais. São indicadas durante a amamentação, como uma garantia extra para a mulher. Devem ser tomadas todos os dias, sem interrupção, inclusive na menstruação.

 

Anticoncepção de emergência

 

A anticoncepção de emergência, conhecida popularmente como pílula do dia seguinte, é um uso alternativo de contracepção hormonal oral, evitando-se a gestação após uma relação sexual desprotegida. Este método só deve ser usado nos casos de emergência, ou seja, nos casos em que os outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados ou tenham falhado de alguma forma, como:

  • esquecimento,
  • ruptura da camisinha,
  • desalojamento do diafragma,
  • falha na tabelinha ou no coito interrompido,
  • esquecimento da tomada da pílula por dois ou mais dias em um ciclo,
  • estupro.

 

Pílula de emergência.

Cada cartela contém 2 comprimidos (mais comum no Brasil), cada um com 0,75 mg do hormônio levonorgestrel, um tipo de progestina (progestagênio). O primeiro comprimido deve ser tomado no máximo 72 horas após a ocorrência de uma relação sexual desprotegida (nunca após esse prazo). O segundo deve ser tomado 12 horas após o primeiro. Se ocorrer vômito, a dose deve ser repetida.

 

É importante esclarecer que essas NÃO são pílulas de aborto e NÃO causam aborto, e elas não ajudarão se a mulher já estiver grávida. Elas podem ajudar somente a prevenir a gravidez. Esta medida tem causado vários efeitos colaterais e não deve ser usada regularmente.

 

O levonorgestrel previne a gravidez por inibir a:

  • ovulação,
  • fertilização, ao provocar espessamento do muco cervical, dificultando a mobilidade dos espermatozoides e sua passagem para o útero (ficam retidos no muco cervical e a vagina é um ambiente bastante hostil para eles);
  • ativação (capacitação) dos espermatozoides;
  • implantação do blastocisto (nidação).

 

Assim, muitas pessoas a consideram abortiva, por causa deste último efeito pós-fecundação (inibição da nidação). Só que no Brasil, o aborto é considerado como crime contra a vida humana pelo Código Penal Brasileiro e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, só é considerado aborto a partir do momento em que ocorre a nidação. Por isto a pílula do dia seguinte foi liberada no Brasil (como não-abortiva).

Apesar de muitos defenderem que a pílula do dia seguinte também pode provocar a eliminação do embrião já nidado, e isto seria considerado aborto, ela deve ser tomada até 72 horas após a relação sexual (com redução drástica da sua ação a cada dia que se passa). Como o blastocisto demora cerca de 7 dias para chegar ao útero e nidar, este argumento é errôneo.

 


OBS.:

Embora os espermatozoides sejam considerados maduros quando deixam o epidídimo, sua atividade é mantida sob controle por fatores inibitórios múltiplos secretados pelo epitélio do ducto genital masculino. Portanto, quando expelidos inicialmente no sêmen, eles são incapazes de desempenhar sua função de fertilização. No entanto, ao entrar em contato com os líquidos do trato genital feminino, ocorrem múltiplas mudanças que ativam o espermatozoide para os processos finais de fertilização. Essas alterações conjuntas são chamadas de capacitação do espermatozoide ou capacitação espermática.


 

Seu uso nem sempre surte resultados e pode ter efeitos colaterais intensos. Os sintomas mais comuns são náusea, dores abdominais, fadiga, dor de cabeça, distúrbio no ciclo menstrual, tontura, fragilidade dos seios, e, em casos menos comuns, diarreia, vômito e acnes.

 

Índice de falha:

  • se usada até 24 horas da relação: 5%.
  • entre 25 e 48 horas: 15%.
  • entre 49 e 72 horas: 42%.

 

Atenção: a pílula de emergência não deve ser usada como método anticoncepcional, pois além dos vários efeitos colaterais, o índice de falha aumenta com o uso sucessivo.

 

Injetáveis 

 

Os injetáveis são anticoncepcionais hormonais que contém uma combinação de estrogênios e progestinas (injetáveis mensais) ou apenas progestinas (injetáveis trimestrais) para administração intramuscular (IM), com doses hormonais de longa duração (obtenção de efeito contraceptivo por períodos de 1 ou 3 meses). 

Apesar do desconforto de ser uma injeção, têm a facilidade de ter sua administração apenas a cada 30 dias ou a cada 90 dias (a mulher não precisa se lembrar de tomá-los diariamente). No Brasil, dispomos das seguintes injeções anticoncepcionais:

  • mensais: Cyclofemina, Mesigyna, Noregyna, Perlutan, Ciclovular, Uno-Ciclo;
  • trimestrais: Depo-Provera.

 

Depo-Provera.

 

Anel vaginal (NuvaRing e Circlet)

 

Anel vaginal.

O anel vaginal é um método contraceptivo hormonal combinado constituído de um anel flexível, transparente, de superfície lisa, não porosa e não absorvente, que contém etinilestradiol (um estrogênio) e etonogestrel (uma progestina) distribuídos uniformemente. 

Deve ser colocado no fundo da vagina no 5º dia da menstruação, permanecendo nesta posição durante três semanas (21 dias), após as quais a mulher deve retirar e fazer uma pausa de 7 dias. Durante esta pausa, a mulher deverá menstruar. Após a pausa de sete dias, um novo anel deverá ser novamente colocado no mesmo horário em que foi colocado o anterior por mais 21 dias.

 

Técnica de uso

Anel vaginal: posição para colocar.

 

O anel vaginal pode ser colocado com a mulher deitada, agachada, ou em pé.

 

Anel vaginal.

 

Após ser retirado da embalagem, o anel deve ser flexionado.

 

Anel vaginal: como colocar.

 

A mulher deve introduzi-lo na vagina empurrando-o com o dedo até não senti-lo mais.

 

Para retirar, basta inserir o dedo na vagina e puxar o anel.

 

Adesivo transdérmico (Evra)

 

Adesivo transdérmico.

O adesivo transdérmico é um método anticoncepcional baseado na administração dos hormônios etinilestradiol (estrogênio) e norelgestromina (progestina ou progestagênio) através de um adesivo que precisa ser aplicado à pele. Ele é composto de material plástico, fino, na cor bege, com uma superfície de 20 cm2 (4 cm x 4 cm).

O mecanismo de ação é igual ao de todos os anticoncepcionais hormonais combinados: inibição das gonadotrofinas e, consequentemente, da ovulação. O progestagênio inibe predominantemente a secreção de LH, bloqueando o pico necessário para a ovulação. Já o estrogênio age predominantemente sobre o FSH, impedindo o desenvolvimento dos folículos ovarianos. 

O adesivo pode ser colado em diversos locais do corpo, permanecendo na posição durante uma semana.

Adesivo transdérmico.

 

A maior vantagem é que a mulher não precisará tomar a pílula todo dia e nem esquecerá. Outra vantagem é que os hormônios serão absorvidos diretamente pela circulação evitando alguns efeitos colaterais desagradáveis da pílula oral.

 

Implante contraceptivo subdérmico

 

Implante contraceptivo subdérmico.

O implante contraceptivo subdérmico consiste em um pequeno bastão flexível de silicone, com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, que contém progestagênio. O implante, inserido logo abaixo da pele do braço (com anestesia local), permite que o hormônio seja liberado em pequenas quantidades continuamente na corrente sanguínea durante vários anos. 

Este método oferece uma excelente opção anticoncepcional para mulheres que têm contraindicações para métodos hormonais combinados e é uma excelente alternativa para aquela mulher que deseja proteção contra gravidez em longo prazo e que seja rapidamente reversível.

 

Para maiores informações sobre os métodos hormonais, consulte:

- BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. MINISTÉRIO DA SAÚDE. A anticoncepção hormonal oral. Disponível em; <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia2.pdf> Acesso em 21/10/2021.

- BRITO, M.B.; NOBRE, F.; VIEIRA, C.S. Contracepção hormonal e sistema cardiovascular. Arq Bras Cardiol 2011; 96(4): e81-e89.

- CIARI JR.; C.; SANTOS, J.L.F.; CASTILHO, E.A. Relação do tempo de uso de anticoncepcionais hormonais orais e tempo para conceber. Rev Saúde Públ 1972; 6(3): 273-281. 

- COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (CONITEC). Ministério da Saúde incorpora no SUS implante para prevenção da gravidez por mulheres entre 18 e 49 anos. Disponível em: <http://conitec.gov.br/ministerio-da-saude-incorpora-no-sus-implante-para-prevencao-da-gravidez-por-mulheres-entre-18-e-49-anos> Acesso em 23/10/2021.

- GUAZZELLI, C.A.F.; BARBIERI, M.; ANDRADE, C.M. A.; BARREIROS, F. A.; MORON, A.F. Métodos anticoncepcionais hormonais. Femina 2008; 36(10): 619-625.

- HAERTEL, J.C.; GUEDES, A.C.; CASARIN, S.T.; MACHADO, R.A.; LOPES, C.V. Saberes e práticas sobre o uso do contraceptivo hormonal oral por mulheres em idade fértil. J Nurs Health 2020; 10(1): e20101009.

- OLIVEIRA, A.R.; VIEIRA, M.C.; SCHUMACHER, B. Mulher e contracepção: perspectivas na escolha do método após a gestação. Enferm Atual 2010; 59(10): 29-32.

- OLIVEIRA, R.P.C.; TREVISAN, M. O anticoncepcional hormonal via oral e seus efeitos colaterais para as mulheres. Rev Artigos Com 2021; 28: e7507.

- SCHUNEMANN JUNIOR, E.; SOUZA, R.T.; DÓRIA, M.T. Anticoncepção hormonal e câncer de mama / Hormonal contraception and breast cancerFemina 2011; 39(4): 231-235.

- WANNMACHER, L. Anticoncepcionais Orais: o que há de novo. Disponível em; <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos.pdf> Acesso em 21/10/2021.

 

Métodos definitivos (esterilização cirúrgica)

 

Esterilização é um procedimento que torna um indivíduo incapaz de reprodução. 

Vasectomia.
Vasectomia.

O método principal para a esterilização dos homens é a vasectomia, na qual uma porção de cada ducto deferente é removida. Para ter acesso ao ducto deferente, uma incisão é realizada com um bisturi (procedimento convencional) ou uma punção é feita com pinça especial (vasectomia sem bisturi). A seguir, os ductos são localizados e cortados, cada um é amarrado (ligado) em dois lugares com fios de sutura, e a porção entre os fios é removida. Embora a produção de espermatozoides continue nos testículos após a vasectomia, os espermatozoides não chegam mais ao exterior. Em vez disso, se degeneram e são destruídos por fagocitose. Como os vasos sanguíneos não são cortados, níveis de testosterona no sangue continuam normais; portanto, a vasectomia não tem efeito no desejo ou no desempenho sexual. Se for realizada apropriadamente, tem quase 100% de eficácia. O procedimento é reversível, mas a possibilidade de recuperar a fertilidade é de apenas 30 a 40%. 

A esterilização nas mulheres é mais frequentemente obtida por meio da realização de uma laqueadura de trompas (ou laqueadura tubária), na qual ambas as tubas uterinas são amarradas, fechadas e cortadas. Isso é feito de formas diferentes. "Grampos" ou "pinças" são colocados nas tubas uterinas, as tubas são ligadas e/ou cortadas e, algumas vezes, são cauterizadas. Em todo caso, o resultado é que o ovócito secundário não consegue atravessar as tubas uterinas, e os espermatozoides não alcançam o ovócito.

 

Laqueadura de trompas.
Laqueadura de trompas.

 

Para  maiores informações sobre os métodos anticoncepcionais em geral, consulte:

- FEBRASGO. Manual de anticoncepção 2015. Disponível em: <https://central3.to.gov.br/arquivo/494569> Acesso em 21/10/2021.

 

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